quinta-feira, 23 de abril de 2015

Sacrifícios de Animais no Islamismo: Eid-ul-Adha


Fonte: http://infielatento.blogspot.com.br/2013/07/eid-al-adha-o-festival-do-sacrificio.html 

Segundo o Alcorão, o profeta Abraão teve um sonho em que ele deveria oferecer seu filho Ismael como um sacrifício à Deus. Ao contar para o filho sobre o sonho, este diz ao pai para respeitar a vontade divina. E assim, Abraão levou seu filho ao lugar onde deveria ser sacrificado e o deitou com o rosto para baixo. Por essa razão, Deus os descreveu com uma imagem da essência da submissão:

“E quando ambos aceitaram o desígnio (de Deus) e (Abraão) preparava (seu filho) para o sacrifício.” (Alcorão 37:103)
Quando a faca de Abraão estava descendo, uma voz o interrompeu:
“Então o chamamos: Ó Abraão, Já realizaste a visão! Em verdade, assim recompensamos os benfeitores. Certamente que esta foi a verdadeira prova.” (Alcorão 37:104-106)
Ser obrigado a sacrificar seu único filho, nascido depois de ter alcançado uma idade avançada e anos de espera por descendência, foi o maior de todos os testes de Abraão, que mostrou sua disposição de sacrificar tudo que tinha por Deus. Por essa razão, foi designado como líder de toda a humanidade, aquele a quem Deus abençoou com uma descendência de profetas.

“E quando o seu Senhor pôs à prova Abraão, com certos mandamentos, que ele observou, disse-lhe: Designar-te-ei Imam dos homens. (Abraão) perguntou: E também o serão os meus descendentes?” (Alcorão 2:124)
Todavia, Deus não permitiu que o sacrifício de Ismael se concretizasse, e ele foi resgatado com um carneiro:


“...E o resgatamos com outro sacrifício importante.” (Alcorão 37:107)
Fonte: http://linaldolima.com/religiao/o-plano-de-deus-apresentado-no-monte-moria/
Na Bíblia, esse episódio está narrado em Gênesis 22: 1-19. No Alcorão,  a narrativa está na sura 37: 99-111. A diferença entre os dois relatos é que, no Gênesis, o filho é Isaac; no Alcorão, é Ismael.

E sendo assim, na tradição e religião do Islã, lembrando a passagem em que Abraão esteve prestes a sacrificar seu filho Ismael em sinal de submissão e confiança em Deus, centenas de milhões de muçulmanos reencenam todos os anos, durante os dias de peregrinação à Meca (Hajj) na Arábia Saudita, um dia chamado Yawm-un-Nahr. Denominado como  "O Dia do Sacrifício", existe um rito sacrificial denominado Eid-ul-Adha (A Grande Festa ou Comemoração do Sacrifício), sendo que todos os seus preceitos estão contidos no capítulo Alcorão denominado Surah Al-Hajj

A Grande Festa ocorre no décimo dia do último mês do Calendário Islâmico, que é o Dhu al Hijjazno, geralmente no mês de outubro, interligando-se ao Hajj e ao Eid al–Fitr, a celebração muçulmana que marca o fim do jejum do Ramadã. Durante o Eid al-Adha (que nada mais é do que a celebração do sacrifício), trocam-se presentes e um animal é sacrificado numa aldeia de nome Mina, localizada entre a Meca e Arafat. Depois, familiares dividem a carne entre si e com alguns pobres. Nesta festa também podem participar os fiéis que não estão peregrinando.

Fonte: http://navegadormarroquino.blogspot.com.br/2013/10/dia-do-sacrificio-eid-al-adha-ou-festa.html

Fonte: http://navegadormarroquino.blogspot.com.br/2013/10/dia-do-sacrificio-eid-al-adha-ou-festa.html

 Fonte: http://conexaoarabe.blogspot.com.br/2012/10/eid-ul-adha-festa-do-sacrificio.html


                 Fonte: http://conexaoarabe.blogspot.com.br/2012/10/eid-ul-adha-festa-do-sacrificio.html

A tradição é de que toda família muçulmana com possibilidades financeiras para tanto deva comprar e mandar abater um animal de quatro patas (preferencialmente um carneiro) e distribuir a carne para os mais pobres. Entende-se que este episódio é um dos mais significativos na tradição islâmica, sendo necessário entender seu real significado: demonstração de um gesto de caridade e de obediência perante Deus. 

Os muçulmanos que vivem em alguns países em que a legislação estabelece que os animais devam ser respeitados, ficam impossibilitados de realizar este festival da forma tradicional. Estes muçulmanos optam por fazer donativos a organizações de caridade, que executam o sacrifício em seu nome e distribuem a carne entre os pobres de uma localidade escolhida pelo doador.


- O Eid-ul-Adha no Brasil
A Festa do Sacrifício pode chegar a até quatro dias de duração, mas isso ocorre somente em países árabes. No Brasil, a Grande Festa dura apenas um dia. Nas nações árabes, mulheres e homens vestem suas melhores roupas para o primeiro dia da celebração. Depois disso, realizam a oração (salat) em grupo. 

Fonte: http://www.gazetadebeirute.com/2012/07/eid-al-adha-festa-do-sacrificio-e.html

Fonte: http://www.gazetadebeirute.com/2012/07/eid-al-adha-festa-do-sacrificio-e.html

No Brasil, muitas vezes o sacrifício não é realizado, sendo que o ritual do abate é substituído pela distribuição de carne como doação para seus familiares, vizinhos, amigos e pobres. Nessa ocasião, também se visitam familiares e amigos aos quais faltou-se com a atenção durante o ano. 

Fonte: http://www.gazetadebeirute.com/2012/07/eid-al-adha-festa-do-sacrificio-e.html

Em Corumbá (MS) os muçulmanos se reúnem na mesquita, no início da manhã, para as orações e confraternização. A comunidade ressalta que é uma oportunidade para aproximar as pessoas em uma festa de fraternidade, pois nessa ocasião são procuradas pessoas necessitadas para fazer com que sintam que existem e que não são e nem estão esquecidas. Ao total são três dias de festas, onde são relembrados os mártires palestinos, que morreram defendendo a causa, os lugares sagrados e as mesquitas que estão em Jerusalém, bem como os peregrinos que estão na cidade sagrada de Meca. Em minhas pesquisas, porém, não encontrei nenhuma alusão referente à prática de sacrifícios / abate nessa cidade.

Em Foz do Iguaçu (PR), na região da tríplice fronteira, vivem hoje mais de 20 mil muçulmanos e as datas mais importantes do calendário islâmico já foram incorporadas pela comunidade local. O “Eid al Adha” é considerado tão importante quanto o final do mês sagrado do Ramadã. No ano de 2012, a comunidade islâmica dessa cidade realizou uma Grande Festa com sacrifícios de animais. No período das comemorações houve a entrega de cerca de 200 carneiros e 40 bois sacrificados na Mesquita Omar Ibn Al-khattab. O trabalho do Halal, o abate que segue os ensinamentos islâmicos e tem um controle especial, foi acompanhando por uma organização internacional que trouxe seus representantes. “Nosso trabalho é fazer com que as doações deste período ajude os mais necessitados, chegue nos lugares mais carentes e nós viemos conhecer a cidade de Foz do Iguaçu e acompanhar esta data aqui no Brasil.A organização é baseada no ensinamento islâmico que diz que o melhor ser-humano  é aquele que é mais útil para os outros”, ressaltou Ali Bozkurt , vice-diretor da Organização sem fins lucrativos-Hasene, que veio acompanhado de Mustafa Hamurcu e do Jornalista turco, Ekrem Kiziltas.

Em Natal (RN), a Festa do Sacrifício foi realizada, no ano de 2009, na sede da Associação Beneficente Muçulmana do Rio Grande do Norte, com o encontro dos fiéis para o cumprimento dos preceitos e formalidades religiosas. Não foi encontrada nenhuma nota em menção ao sacrifício de animais nessa data, apenas a confraternização dos membros da comunidade.

Já a comunidade muçulmana da cidade de São Bernardo do Campo (SP) costuma realizar as festividades da Festa do Sacrifício em uma chácara localizada em Riacho Grande, um município localizado nas proximidades. Assim como em outras localidades islâmicas no Brasil e no mundo, é realizado o abate de animais, em especial de carneiros e vacas. 

Sabe-se que existem diversas outras comunidades muçulmanas em território nacional que têm em seu calendário a comemoração da Festa do Sacrifício, todavia as que citamos aqui foram as únicas as quais encontramos menções significativas sobre o evento, bem como informações mais concretas sobre sua ocorrência.

- O "abate Halal"
Ressalta-se que o abatimento dos animais (que pode ser bode, carneiro, camelo ou boi) é feito por meio do corte de sua jugular e seu sangue drenado, não sendo permitido outros meios para o abate do animal. Dá-se preferência a carneiros, visto que foi esse o animal utilizado na passagem sagrada. Frisa-se que o Alcorão (22:37) ensina que Deus considera tão somente a boa vontade e fé de seus devotos, não se beneficiando ou fazendo uso do sangue ou carne dos animais sacrificados.

A regra obrigatória é que o animal a ser sacrificado seja macho, saudável e esteja na idade adulta. Além disso, o animal não deve padecer de nenhuma doença, tampouco defeitos físicos, seguindo as mesmas especificações dadas ao profeta Abraão (conforme descrito tanto na Bíblia como no Alcorão).

Fonte: http://infielatento.blogspot.com.br/2013/07/eid-al-adha-o-festival-do-sacrificio.htm


No momento do abate a presença de pessoas do sexo masculino é predominante, já que as mulheres preferem não se aproximar e raras são aquelas que vão olhar os animais. Não existe proibição para que crianças fiquem afastadas, ao contrário: em virtude da curiosidade inerente à tenra idade, elas costumam rodear o tempo todo, permanecendo, contudo, sempre quietas e respeitosas. A presença dos pequenos no momento do abate é encarada de forma positiva pelos muçulmanos, pois acabam por deixando de lado o caráter de barbárie do ato, a fim de analisá-lo sob outra ótica: o simbolismo religioso fundamental na crença islâmica. 


O início do abate é marcado pela oração dos homens, que rezam em volta do animal até ele ficar calmo. Uma pessoa especializada corta o pescoço do animal com um único golpe, em virtude de que, na religião islâmica não é permitido alimentar-se da carne de um animal que tenha levado mais de um golpe para morrer. Após, deve-se aguardar todo o sangue do animal escorrer, pois os muçulmanos só comem carne halal, isto é, carne sem sangue (o sangue, para eles, é considerado impuro, ilícito). Somente após o cumprimento de todos os preceitos a carcaça é destrinchada para a carne ser temperada, assada e distribuída em uma grande refeição que dura o dia todo da festa. 

No momento de desferir o golpe, alguns dizem: “Em nome de Allah, Allah é o Maior, ó Allah, isto é de Ti e para Ti , ó Allah, aceita isso de mim” (Muslim 3/1557), relembrando que só Deus está acima dos homens e dos animais e de todas as coisas. Ou simplesmente repetem o refrão "Allah Akbar!" 

Este tipo de abate deve ser feito o mais rápido possível para que o animal tenha uma morte rápida. Há notas científicas de que com este sistema halal o animal tem a interrupção sanguínea ao cérebro, que causa morte instantânea, não dando chance de liberação de toxinas que contaminam a carne e ainda, trazem um menor sofrimento possível para o animal. 

O empresário Khalil Smidi, que trabalha nesse ramo, ressalta:“Esse ritual de sacrifício deve ser feito com ética. Ao evocar o nome de Deus, estamos agradecendo pelo alimento que Este nos enviou, pedimos perdão, pois não matamos um animal por sadismo e nem por prazer, e sim para garantir o sustento alimentar ao ser humano”

Fonte: http://conexaoarabe.blogspot.com.br/2012/10/eid-ul-adha-festa-do-sacrificio.html 


- Considerações do Blog acerca do tema
Ao analisar o evento do Eid-ul-Adha, ou seja, A Festa do Sacrifício realizada pelos adeptos da religião islâmica, devemos observar não somente os detalhes da liturgia e preceitos religiosos, costumes e tradições de um povo, mas o evento em si e seu significado para os seguidores, de uma forma racional e imparcial. 

Sabe-se que a comunidade islâmica no Brasil não apresenta números expressivos: menos de 0,5% da população se declarou muçulmana no Censo realizado em 2010. Desse percentual, devemos considerar que uma parcela significativa dos fiéis ao Islã são brasileiros convertidos, sem qualquer descendência árabe ou tradição familiar dentro desta religião. Sendo assim, de acordo com meu entendimento, por se trata de uma religião pouco seguida em solos brasileiros, os conceitos de costume devem ser analisados de uma forma mais crítica, porém jamais confundidos com a liberdade religiosa prevista em nossa Constituição Federal.

Pois bem. Mesmo o Brasil tendo poucos seguidores do islamismo, os pormenores da "Festa do Sacrifício" não devem ser ignorados.  As primeiras considerações são em relação à periodicidade do evento: ocorre apenas uma vez ao ano, e embora através do que foi pesquisado, nem todas as comunidades cometem o sacrifício de animais nesta data: acabam comprando a carne de animais já abatidos de acordo com o preceito halal, limitando-se a cozinhá-la / assá-la e servi-la aos participantes do evento. Neste sentido, em nada difere das milhares de outras festas ocorridas em nosso país todos os finais de semana, onde pessoas se reúnem (em casa, chácaras, restaurantes) para confraternizar-se e alimentar-se de proteína animal. E sendo assim, não se configura nenhum ato ilícito ou digno de proibição.

Todavia, no caso daquelas comunidades que praticam o abate dos animais na Festa do Sacrifício, devemos levar em consideração os seguintes pontos:

Já se restou comprovado que os animais de corte pressentem sua morte e se estressam em demasiado antes dela definitivamente ocorrer, sem contar que estão totalmente conscientes quando suas jugulares são cortadas e seu sangue drenado até o esgotamento. Além disso, sabe-se que os matadouros que praticam o abate religioso prendem o animal por uma perna e penduram-no de cabeça para baixo que suas gargantas sejam cortadas, resultando em danos dolorosos dos tecidos em 50% das vezes e, em alguns indivíduos, causando crises de vômito.
Embora o ato tenha caráter bárbaro para os não praticantes da religião, devemos considerar a forma diferenciada pela qual o animal é abatido: pelo menos em todos os textos que li, é de suma importância que os animais não sofram no momento da morte, tampouco sejam previamente submetidos à crueldades, como mutilações, stress e qualquer outro tipo de lesão. Sendo assim, mesmo não concordando que uma religião tenha em sua liturgia o sacrifício de animais, não podemos fechar os olhos pela forma em que o mesmo é praticado, isto é, neste caso, pela forma em que é descrito, em nada difere do abate praticado em fazendas e matadouros espalhados por todo o país. 

- Relevante se faz mencionar também a questão da saúde pública envolvendo esse tipo de sacrifício. Verificamos que o sangue do animal deverá ser drenado, tendo em vista que os muçulmanos consideram impuro e ilícito consumir a carne com sangue; mas será que o local do abate estaria preparado de forma higiênica e de acordo com as regras da Vigilância Sanitária para absorver esse evento? E o descarte da carcaça, vísceras e demais partes do animal que não são utilizados no cozimento, são descartados de forma correta? Vejam bem: é uma questão que levanto pois em nenhum momento encontrei qualquer referência à higiene, adequação às regras de Segurança e Saúde Pública no momento do abate. 

- É nítido que o ato do sacrifício ocorrido no Eid-ul-Adha não se diferencia daqueles milhares praticados em solo nacional por frigoríficos, tanto no que se refere aos métodos utilizados, como sua função: alimentar. Verifica-se que não há desperdício: toda a carne é consumida no dia da festa e uma porcentagem é, ainda, doada àqueles menos favorecidos economicamente. Portanto, mesmo que ocorra uma vez por ano, a festividade possui uma função social e em nenhum momento foi encontrada qualquer nota ao desperdício à vida dos animais abatidos.

Sendo assim, a matança ocorrida na Festa do Sacrifício nada mais é que a execução de animais dentro dos preceitos religiosos, destinada de forma única e exclusiva para alimentação, sem prévia caracterização de maus-tratos e posterior desperdício das carnes. E diante deste contexto, não há que se considerar o cometimento de crime de maus-tratos (artigo 32 da Lei 9605/1998), tampouco justifica-se sua proibição em legislação específica.

Há de se considerar ainda que, pelo menos no Brasil, existe uma certa preocupação de que as cenas do abate transmitam uma imagem negativa da cultura muçulmana, razão pela qual não localizei em minhas pesquisas imagens que retratam o abate da Festa do Sacrifício.

Por fim, deixo para reflexão a seguinte passagem:  

"A prática religiosa é de suma importância para os muçulmanos – quem não pratica não é considerado um muçulmano completo. O que fazem, o que falam, o que comem constituem um ciclo que deve ser vivenciado pelos muçulmanos. Não basta cortar a garganta do animal, é preciso fazer sacrifícios, isto é, é preciso entregar-se a Deus. No momento da festa, é preciso refletir sobre o verdadeiro sentido de ser muçulmano e, dessa forma, reavaliar o modo como cada um se entrega, 'sacrifica-se'." Portanto, o que está implícito na ocorrência da Festa do Sacrifício é que o fiel muçulmano deve se sacrificar (entregar-se), porque o paraíso não vem de graça. 


Referências Bibliográficas

ARAÚJO, Felipe. A Festa do Sacrifício. Disponível em http://www.infoescola.com/islamismo/festa-do-sacrificio/ Acesso em 14/04/2015.

FERNANDES, Marcelo. Árabes-palestinos de Corumbá encerram celebrações do Dia do Sacrifício. Disponível em: http://diarionline.com.br/?s=noticia&id=63116 Acesso em: 22/04/2015.

FERREIRA, Francirosy C.B. O jejum do mês do Ramadã e o Sacrifício do carneiro – momentos liminares e de communitas no Islã. Disponível em: http://www.anpocs.org/portal/index.php?option=com_docman&task=doc_view&gid=3375&Itemid=232 Acesso em: 22/04/2015.

NASSER, Mônica. Eid al-Adha, Festa do Sacrifício é celebrada em Foz. Disponível em: http://www.gazetadebeirute.com/2012/07/eid-al-adha-festa-do-sacrificio-e.html Acesso em 14/04/2015.

THE RELIGION OF ISLAM. A história de Abraão (Parte 6 de 7): o maior de todos os sacrifícios. Disponível em: http://www.islamreligion.com/pt/articles/298/ Acesso em 22/04/2015.


TRIBUNA DO NORTE. Associação Muçulmana RN celebra "Festa do Sacrifício" neste fim de semana. Disponível em: http://tribunadonorte.com.br/noticia/associacao-muculmana-do-rn-celebra-festa-do-sacrificio-neste-fim-de-semana/132885 Acesso em 22/04/2015.

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